Quando a carne está boa vamos comendo, mas deu sinal de ranço é hora de parar. A não ser que sejamos hienas ou queiramos imitar o pessoal da Idade Média que recorria às alcaparras para disfarçar o ranço das carnes passadas. As hienas não precisam de alcaparras. Nunca vi uma hiena no mercado, comprando alcaparra para despistar o cheiro desagradável dos restos do leão.
Na crônica anterior falei que a alcaparra abre o apetite, mas não disse tudo. A alcaparra além de abrir o apetite e mascarar o gosto ruim das carnes, é também digestiva, acalma, diurética, afrodisíaca... E pode deixar você rico.
Se as alcaparras podem durar uns 30 anos e a maioria das crônicas não duram 30 horas e se separam no tempo, ambas carregam duas semelhanças e se aproximam: sobrevivem na pouca profundidade e multiplicam-se facilmente.
Segundo Heitor Cony, para fazer uma crônica basta abrir a janela. Quanto a abrir a janela tenho dificuldade porque a minha dá direto na parede da vizinha e já pedi, implorei para ela fazer que fosse uma janelinha, um buraquito, já daria uma crônica, mas ela tem resistido bravamente ao meu pedido a pedido de seu pai. Se eu insistir vou acabar virando o cronista do olho roxo.
Essa vizinha é uma paisagem perfumada, mas a parede é de tijolo dobrado, recomendação dos pais, tijolo maciço, mas à tarde ela encosta do lado de lá e a parede fica suada do lado de cá porque os mesmos tijolinhos se transformam em esponjas e jogam para a minha janela a bela vizinha em estado gasoso. E vivo um misto de anfíbio da dor e da ternura por essa Flor de alcaparra-cheirosa, protegida por espinhos: irmão e pai.
Não se engane: um buquê de pedras também murcha e a crônica também tem espinhos, mas... Distanciemo-nos das paixões, da paixão pela vizinha que o riso e a reflexão reclamam o seu pedaço de pão e nesse instante ambos oram a mim: Pai nosso que estás no texto... O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E qual pai se o filho pedir pão, dará um escorpião, serpentes? Pois tomem lá meus filhos. Hoje lhes darei lula ao molho de alcaparras. Vamos ao molho.
Sei em nosso país o comum é salmão ao molho de alcaparras, onde não há disfarce, mas casamento entre o doce e o salgado. Sei também não é nosso hábito tirar o ranço das carnes com alcaparras, mas vou recuperar essa prática da Idade Média lá em casa, porque é a terceira vez que esses maîtres e garçons querem me oferecer lula. E com ranço! Ora, só com alcaparras!
Estou inclusive pensando em mudar de negócio e me tornar um alcaparreiro e ficar rico. O grande negócio não é canavial nem etanol, é alcaparral, alcaparrol. Breve teremos carros movido a alcaparra e nem vem, a receita é minha e só vai dar esse prato nos restaurantes: Hoje: Lula ao molho de alcaparras. E pelo jeito vou exportar a idéia: Hugo Chávez ao molho de alcaparras; Evo ao molho de alcaparras; Rafael ao molho de alcaparras; Kichner ao molho de alcaparras...
Alcaparras à parte, a desculpa desses que desejam perpetuar-se no poder, mexendo na Constituição, é a da não continuidade de seus projetos por outros governos. E qual o projeto que o PT trouxe para o Brasil? A política do Canguru de amarrar milhões de canguruzinhos às bolsas? Esperávamos mais do que paliativo, mas já que aquilo tem o nome de projeto, a solução seria mexer na Carta Magna para inserir punição para os Atos Políticos como ocorrem com os Atos Administrativos. E isso não é novidade. Qualquer professor de Direito Constitucional ou Administrativo sabe disso.
Se já houvesse punição para os Atos Políticos não haveria esse mundo de obras abandonadas pelos governos, Federal, Estaduais e Municipais. Muitas delas só porque foi iniciada pelo governo anterior: “Vou colocar azeitona na empada do outro?!”. Mas parece que os políticos não gostam de punição. Seria atirar no próprio pé. Olha o cronista dando uma contribuição ao seu país. Daqui a pouco vão bater à minha porta perguntando se não quero ser um politiqueiro. Já foram. Vade retro, Satanás! Sou um Evangelista. Amo a crônica, a poesia, evangelizar las mujeres com versos, nada mais.
O que eu não disse ainda à amiga e ao amigo sobre lula é que boa parte da minha vida passei trabalhando para os chineses numa lanchonete. E qual o prato que era sempre servido no almoço? Lula! O velho cozinheiro chinês girava a colher na panela, provava o caldo, fazendo ar de saboroso; batia três vezes na testa e dizia (Chinês não fala o R): lula bom pala o céleblo!
E hoje em chinês ablasileilado lespondo: bom pala o céleblo de quem?
- Dos banqueilos e glandes emplesálios.
Na crônica anterior falei que a alcaparra abre o apetite, mas não disse tudo. A alcaparra além de abrir o apetite e mascarar o gosto ruim das carnes, é também digestiva, acalma, diurética, afrodisíaca... E pode deixar você rico.
Se as alcaparras podem durar uns 30 anos e a maioria das crônicas não duram 30 horas e se separam no tempo, ambas carregam duas semelhanças e se aproximam: sobrevivem na pouca profundidade e multiplicam-se facilmente.
Segundo Heitor Cony, para fazer uma crônica basta abrir a janela. Quanto a abrir a janela tenho dificuldade porque a minha dá direto na parede da vizinha e já pedi, implorei para ela fazer que fosse uma janelinha, um buraquito, já daria uma crônica, mas ela tem resistido bravamente ao meu pedido a pedido de seu pai. Se eu insistir vou acabar virando o cronista do olho roxo.
Essa vizinha é uma paisagem perfumada, mas a parede é de tijolo dobrado, recomendação dos pais, tijolo maciço, mas à tarde ela encosta do lado de lá e a parede fica suada do lado de cá porque os mesmos tijolinhos se transformam em esponjas e jogam para a minha janela a bela vizinha em estado gasoso. E vivo um misto de anfíbio da dor e da ternura por essa Flor de alcaparra-cheirosa, protegida por espinhos: irmão e pai.
Não se engane: um buquê de pedras também murcha e a crônica também tem espinhos, mas... Distanciemo-nos das paixões, da paixão pela vizinha que o riso e a reflexão reclamam o seu pedaço de pão e nesse instante ambos oram a mim: Pai nosso que estás no texto... O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E qual pai se o filho pedir pão, dará um escorpião, serpentes? Pois tomem lá meus filhos. Hoje lhes darei lula ao molho de alcaparras. Vamos ao molho.
Sei em nosso país o comum é salmão ao molho de alcaparras, onde não há disfarce, mas casamento entre o doce e o salgado. Sei também não é nosso hábito tirar o ranço das carnes com alcaparras, mas vou recuperar essa prática da Idade Média lá em casa, porque é a terceira vez que esses maîtres e garçons querem me oferecer lula. E com ranço! Ora, só com alcaparras!
Estou inclusive pensando em mudar de negócio e me tornar um alcaparreiro e ficar rico. O grande negócio não é canavial nem etanol, é alcaparral, alcaparrol. Breve teremos carros movido a alcaparra e nem vem, a receita é minha e só vai dar esse prato nos restaurantes: Hoje: Lula ao molho de alcaparras. E pelo jeito vou exportar a idéia: Hugo Chávez ao molho de alcaparras; Evo ao molho de alcaparras; Rafael ao molho de alcaparras; Kichner ao molho de alcaparras...
Alcaparras à parte, a desculpa desses que desejam perpetuar-se no poder, mexendo na Constituição, é a da não continuidade de seus projetos por outros governos. E qual o projeto que o PT trouxe para o Brasil? A política do Canguru de amarrar milhões de canguruzinhos às bolsas? Esperávamos mais do que paliativo, mas já que aquilo tem o nome de projeto, a solução seria mexer na Carta Magna para inserir punição para os Atos Políticos como ocorrem com os Atos Administrativos. E isso não é novidade. Qualquer professor de Direito Constitucional ou Administrativo sabe disso.
Se já houvesse punição para os Atos Políticos não haveria esse mundo de obras abandonadas pelos governos, Federal, Estaduais e Municipais. Muitas delas só porque foi iniciada pelo governo anterior: “Vou colocar azeitona na empada do outro?!”. Mas parece que os políticos não gostam de punição. Seria atirar no próprio pé. Olha o cronista dando uma contribuição ao seu país. Daqui a pouco vão bater à minha porta perguntando se não quero ser um politiqueiro. Já foram. Vade retro, Satanás! Sou um Evangelista. Amo a crônica, a poesia, evangelizar las mujeres com versos, nada mais.
O que eu não disse ainda à amiga e ao amigo sobre lula é que boa parte da minha vida passei trabalhando para os chineses numa lanchonete. E qual o prato que era sempre servido no almoço? Lula! O velho cozinheiro chinês girava a colher na panela, provava o caldo, fazendo ar de saboroso; batia três vezes na testa e dizia (Chinês não fala o R): lula bom pala o céleblo!
E hoje em chinês ablasileilado lespondo: bom pala o céleblo de quem?
- Dos banqueilos e glandes emplesálios.
E quase esqueço de dizer, antes da Idade Média as alcaparras já eram muito apreciadas no Grande Império Romano e antes do Império Romano existiram Grandes Impérios e lá estavam as pequeninas alcaparras, antes de Adão, e belo é isso: Os Impérios passam, as alcaparras ficam.
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